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Coleção
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Coleção História Oral

  • BR UFMG CEMEF 04
  • Coleção
  • 2008 - 2022

A Coleção História Oral (CHO) é constituída por fontes orais produzidas através da escuta de pessoas e dos registros de suas lembranças e experiências em projetos desenvolvidos no âmbito do Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É composta por documentos produzidos a partir dos projetos de pesquisa intitulados “Eu vou te contar uma história... Memórias de esportes e ruas de recreio (1940-1970)”; “Coleção história oral: memória de esportes e ruas de recreio em Minas Gerais (1940-1980)”; “História oral: produzindo fontes sobre a Escola de Educação Física da UFMG e os 50 anos de sua federalização”, realizados respectivamente em 2008-2009, 2010-2011 e 2019. Ao todo, a coleção é constituída por 47 entrevistas transcritas e por documentação a elas relacionadas (roteiros, fotografias, termos de cessão), arquivos de áudios e alguns registros audiovisuais. De acordo com a Política de Acervos vigente no Cemef, são incorporados à Coleção História Oral os depoimentos estabelecidos a partir de projetos de pesquisa e/ou extensão do Cemef que tiveram a história oral como principal metodologia.
A constituição desta Coleção , iniciada em 2008, buscava a ampliação e diversificação do acervo documental do Cemef e também uma construção coletiva de novas competências para o grupo de trabalho do Centro, tanto do ponto de vista metodológico, quanto do ponto de vista arquivístico, com a produção, registro e socialização das fontes orais.
Os projetos que deram origem aos documentos que constituem a CHO foram estabelecidos a partir de entrevistas que tinham como ponto de partida temáticas relacionadas aos esportes, às práticas corporais, à Educação Física, à Escola de Educação Física da UFMG . Mesmo que os projetos tenham sido desenvolvidos em momentos diferentes e por pessoas distintas, podemos afirmar que todos compreenderam a história oral como uma área de interseções. Um campo em que diferentes disciplinas e conhecimentos são mobilizados em torno de discussões teóricas e conceituais sobre o passado, a memória, as narrativas que se constituem sobre esse passado, a construção de identidades por meio das narrativas, a história e seus múltiplos sentidos, o papel da linguagem, o que é o tempo presente, o que é verdade, o que é o falso, subjetividades e outros tantos temas.
Compreendida como uma metodologia, a história oral tem especificidades que não escaparam aos pesquisadores. A produção intencional do documento é uma delas. Todas as entrevistas tiveram também como objetivo integrar a Coleção de História Oral do Cemef. Nos documentos produzidos, memórias foram narradas e compartilhadas ora com o(a) entrevistador(a), ora com outras pessoas que estavam no ambiente em que foi realizada e acabaram, por vezes, até intervindo no diálogo estabelecido; ora com o público que acompanhou o depoimento público e participou da sua construção mediante a escuta e/ou realização de perguntas e considerações que trouxeram à tona fragmentos dessas e de outras memórias sobre um mesmo acontecimento.
As entrevistas seguiram procedimentos técnicos de captação,documentação e tratamento. Elas foram registradas, gravadas em áudio e, por vezes em audiovisual, sendo posteriormente transcritas, revisadas e tratadas para disponibilização ao público. Ao serem disponibilizadas nesta Coleção para consulta, configuram-se como uma forma de devolutiva tanto aos entrevistados quanto ao público do Cemef.
Ressalta-se, pois, a importância da metodologia da história oral para o Centro por possibilitar produzir fontes e, consequentemente, ampliar e conhecer melhor o seu acervo.Nesse processo, é fundamental considerar que as transcrições das entrevistas não são as entrevistas em si. São a transposição da linguagem oral para o texto escrito. A opção feita pela equipe do Cemef foi por transcrever os documentos de áudio de forma literal e sem edições.
O instrumento de pesquisa que aqui apresentamos é fruto do trabalho coletivo de sucessivas equipes, que contribuíram, cada um a seu modo, com a organização da documentação que integra a Coleção História Oral. Esperamos que esse catálogo seja uma importante ferramenta para a extroversão do acervo sob a guarda do Cemef. Ansiamos que as fontes aqui apresentadas, com potenciais temas e objetos de pesquisa, sejam um importante instrumento para os pesquisadores interessados em conhecer as temáticas abordadas.

As entrevistas realizadas pelos dois primeiros projetos, “Eu vou te contar uma história... memórias de esportes e ruas de recreio (1940-1970)” e “Coleção História Oral: memórias de esportes e ruas de recreio (1940-1980)” tinham como temáticas centrais o registro de memórias sobre práticas esportivas e de lazer em Belo Horizonte. Os eixos centrais eram três: peteca, futebol de salão e ruas de recreio. A peteca e o futebol de salão foram modalidades esportivas novas, introduzidas em Belo Horizonte a partir da década de 1950. Citamos aqui algumas das temáticas recorrentes nas narrativas dos entrevistados: o início dessas práticas na capital, os espaços e ambientes da cidade em que eram praticadas, as competições, as sociabilidades em torno do esporte, a consolidação e alterações nas regras, a criação de suas respectivas federações, o material esportivo e sua evolução. Como temáticas que perpassam as entrevistas ressaltamos as relações das práticas esportivas com a cidade e como é perceptível que as narrativas que os sujeitos desenvolvem sobre suas modalidades é centrada na classe média / alta de Belo Horizonte, tendo como cenários os clubes e escolas frequentadas por essas classes, na região Centro-Sul. Como temas das entrevistas realizadas pelo eixo ruas de recreio destacamos as políticas de lazer de Minas Gerais, o cotidiano das ruas de recreio e de órgãos do governo do estado que desenvolviam as atividades, a relação desse projeto com a escola de educação física de minas gerais.
O projeto “História oral: produzindo fontes sobre a Escola de Educação Física da UFMG e os 50 anos de sua federalização” teve como foco questões relacionadas à trajetória da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) e os cinquenta anos de sua presença na Universidade. Destacamos aqui algumas temáticas: a federalização, o ensino, o cotidiano da Escola, o espaço físico, a criação dos cursos de pós-graduação da EEFFTO, os projetos de extensão, o desenvolvimento da pesquisa.
Apesar dos projetos que produziram as entrevistas da CHO serem distintos, realizados em conjunturas diferentes, de maneira geral, observa-se que vários assuntos se repetem nas entrevistas, já que as temporalidades se aproximam ou são as mesmas, muitos sujeitos envolvidos nas práticas esportivas da cidade e nas políticas de lazer eram também professores e/ou alunos da Escola de Educação Física. Algumas instituições e espaços de Belo Horizonte são os mesmos, por mais que as práticas sejam diferentes: a própria Escola de Educação Física, ADEMG, clubes, Mineirão, Colégio Marconi.

Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer

Acervo Fílmico 16 mm

O conteúdo dos filmes é variado, mas há uma predominância de filmes de ginásticas, atletismo, natação e esportes coletivos, como basquete e voleibol. Estão incluídos como temas desenvolvidos nas películas: aulas, treinamentos, apresentações, demonstrações, jogos, campeonatos, provas de Olimpíadas, entre outros. Além disso, o acervo contém filmes instrutivos com temas relacionados à segurança e à saúde. Há de se destacar ainda o registro de grandes eventos tais quais Olimpíadas de Tóquio e Campeonatos Mundiais.
Em relação às características gerais dos filmes, podem ser pontuadas sua curta duração, de 1 a 40 minutos aproximadamente, e majoritariamente em preto e branco e sem áudio. As localidades identificadas por meio das imagens concentram-se principalmente na Europa, na região da Escandinávia, mas também possui recorrências no Japão, no Brasil e nos Estados Unidos. Quanto à sua temporalidade, estima-se que o acervo dispõe de filmes produzidos entre as décadas de 50 a 80, principalmente no final dos anos 50 e início dos 60.

Escola de Educação Física do Estado de Minas Gerais