Dossier 03 - Herbert de Almeida Dutra

Desde a sua chegada ao Cemef/UFMG em 2002, esse acervo passou por diferentes momentos de organização documental. Entre 2002 e 2007, os acervos pessoais que chegavam ao Cemef/UFMG foram tratados como “Coleções personalizadas – doações de Ex-professores”. Em 2007, em um trabalho de organização do “Guia de Fontes do Cemef” (Rosa e Linhales, 2007), foi estabelecido um primeiro quadro de arranjo para o Fundo Herbert de Almeida Dutra. Note-se que nesse momento de organização, o acervo pessoal deixava de ser identificado como uma coleção genérica e já recebia identificação como um Fundo garantindo o “princípio da proveniência”. O modo de organização escolhido priorizou o estabelecimento de 11 séries para o Fundo H.A.D., fortemente orientadas por temáticas e/ou por tipos documentais.
Série Nº de Documentos

1. Dossiê 37
2. Material Didático 33
3. Folder/Folheto 21
4. Impressos 35
5. Correspondências 21
6. Produção Intelectual de Outros Autores 45
7. Produção Intelectual do Titular 27
8. Miscelânea 08
9. Filmes Didáticos de Natação 19
10. Objetos Tridimensionais 01
11. Periódicos/Revistas 38
12. Livros 130
    Fonte: Rosa e Linhales, 2007.
    Esse arranjo revelou-se problemático na medida em que não evidenciava claramente os parâmetros relativos ao volume total do acervo. Como exemplo, pode-se citar a série, então denominada de “Dossiês” que, embora fosse uma das mais proeminentes (em quantidade e assunto), não apresentava quantificação por item documental. Foram listados como “Dossiês” cada uma das 37 pastas cuja organização prévia foi estabelecida pelo próprio Titular (Rosa e Linhales, 2007).
    Constatou-se, então, a necessidade de uma nova organização. Em 2014 foi realizado um novo processo de higienização, concomitante a uma segunda avaliação geral da documentação, buscando alternativas para uma reclassificação e, especialmente, interrogando os chamados “Dossiês”. Estes passaram então a ser analisados não como pacotes intactos e fechados em si
    mesmos, mas como pistas que poderiam ajudar na compreensão do Arquivo Pessoal de H.A.D. como um arquivo no qual se manifesta uma docência. Nele encontra-se revelado um ethos: o fazer-se professor. Para além dos tipos documentais e dos temas evidenciados no acervo, buscamos identificar nessa nova leitura as funções do Titular. Ou seja, iniciamos um trabalho de compreensão da “biografia do arquivo” e, para tanto, foi também necessário o levantamento de informações sobre o Prof. Herbert nos demais arquivos do Cemef/UFMG e por meio de entrevistas realizadas com familiares.
    As perguntas que orientaram o novo olhar sobre o arquivo de Herbert de Almeida Dutra enfatizaram as funções do titular e o modo como se revelavam no conjunto documental. A partir delas foram iniciados os primeiros exercícios de reagrupamento que priorizaram, entre outros tantos detalhes, encontrar um lugar para cada um dos “dossiês”. Chegou-se a um desenho intermediário, ainda guiado por características mais tipológicas e temáticas do que funcionais. Outras reflexões se fizeram necessárias e foram orientadas pela tarefa de perscrutar os sentidos da docência, por meio da identificação de tipologias próprias a essa função e, por contraste, identificar também outras funções ou fazeres de H.A.D. que poderiam ser encontrados, para além de suas atividades de professor. Nesses termos, a docência foi delineada como função em uma acepção alargada do termo, que não se reduz à sala de aula, embora a inclua. Na universidade, a função docência envolve e exige também a identificação das atividades de pesquisa, de sistematização de conhecimentos e de desenvolvimento de projetos extensionistas que, transbordando os muros acadêmicos, dialogam com a sociedade. Outra função a merecer destaque foi denominada “Colecionamento”. Algo muito singular ao sujeito H.A.D., em um momento específico de sua vida: ao longo de toda a década de 1990, já aposentado, o Prof. Herbert dedicou-se a colecionar recortes de jornais e revistas sobre temas atinentes à educação física, à saúde e aos exercícios corporais. Não só recortava e guardava, mas também realizava ações de organização e classificação temática para a sua “coleção”. Assim, essas entre outras séries, foram se apresentando como lugares plenos de sentidos e capazes de melhor acolher a diversidade de tipos documentais incluídos no acervo.
    Iniciou-se, então, o processo de classificação dos documentos para a posterior descrição e elaboração dos índices.
    O Arquivo H.A.D. foi organizado em cinco séries e subséries, de forma a caracterizar as “funções” exercidas pelo Titular durante sua trajetória de vida – profissional e particular. São elas:
    • Documentos Pessoais
    • Docência
    • Atividades na SEED/MEC
    • Colecionamento
    • Biblioteca
      Quanto à datação dos documentos, optou-se por considerar como datas-limites aquelas que aparecem como primeira e última nas várias funções e subfunções. Todavia, vale considerar que, nesses conjuntos, constam muitos documentos sem data.